As Imigrações Portuguesas
29% das imigrações no Brasil, entre 1880 e 1960, foram de portugueses num total de 1.391.898.
Os portugueses representam o maior contingente de imigrantes entrados no Brasil na história, e o 2º maior nos últimos séculos, perdendo para os italianos. O fluxo imigratório português se acelerou a partir do século XVIII, e manteve-se relativamente elevado até a década de 1950.
O censo de 2010 encontrou 137.973 portugueses no Brasil, concentrados nos grandes centros urbanos, com destaque especial para o Rio de Janeiro e São Paulo.
Os 'Leite Velho Domingues' e Garcia
Em nossa família, a descendência portuguesa é originária de Mogadouro, uma vila com menos de 3.500 habitantes, no Distrito de Bragança na Região Norte de Portugal, e sub-região de Alto Trás-os-Montes, e um dos poucos lugares onde ainda se fala a Língua Mirandesa.
Nascido lá, Alfredo Júlio Leite Velho Domingues, em 1912, completou seus 14 anos dentro no navio que o trouxe ao Rio de Janeiro, deixando em Portugal seus pais, Eduardo e Maria Ignácia, com irmão do meio, Acácio.
Seu irmão mais velho, Luiz, foi um pouco antes enviado a Angola, e morreu jovem de malária na Iª Guerra, na "África Portuguesa" (Angola e Moçambique).
Alfredo ficou no Rio de Janeiro por 2 meses com um primo de sua mãe, sendo em seguida enviado a São Paulo, onde trabalhou no centro da cidade, em loja de chapéus, numa padaria, e por fim num restaurante do Sr. Manolo, onde posteriormente veio a ser seu padrinho de casamento. (Seus documentos).
Em janeiro de 1915, Maria da Graça Leite, com sua mãe Maria Tereza e seu irmão Armando, originários também da região de Bragança, aportaram no Brasil refugiando-se da Iª Grande Guerra.
Seu pai veio antes para o Brasil, em 1903 no Rio de Janeiro, mas veio a falecer de febre amarela em 1904.
Ao chegarem no Brasil, os três foram para Avaré, SP, trabalhar numa fazenda de café, a mãe como cozinheira e a filha como pajem. Mais tarde, a família veio para São Paulo, onde Maria da Graça veio a trabalhar no "Café Ideal" onde conheceu Alfredo em 1918, casando-se em 06/Janeiro/1921.
Tiveram 3 filhos, Eduardo em dezembro do mesmo ano, Armando em 1922 (que veio a falecer aos 5 meses de idade), e Alda Edith em 1924.
Ambos foram em seguida trabalhar no "Café Elite", na Av. Celso Garcia, nº 7, em São Paulo, até 1929.
Neste mesmo ano, por ganharem um prêmio de loteria, conseguiram regressar a Portugal, ficando lá por 5 meses.
De volta ao Brasil em plena crise econômica mundial (crack da Bolsa de Valores de Nova York), abriram um "armarinho", uma loja papelaria, presentes, e miudezas, na Rua Catumbi, 521, em São Paulo, estabelecimento que funcionou até 1972.
Dos 2 filhos de Alfredo e Graça, herdaram 4 netos e 6 bisnetos, que ambos tiveram a chance de conhecer praticamente todos ainda em vida, e cujas reuniões com todos em sua casa lhes era a maior fonte de alegria.
Sobre os 'Domingues(z)'
Dominguez tem sua origem na Espanha e seu sobrenome é considerado patronímico, uma vez que é derivado de um nome próprio do fundador da família : Domingos ou Domingo que significa “nascido no dia de domingo”, e seus descendentes transformam-se em Dominguez (filho de Domingos). Acabou se espalhando por países como Portugual e chegou ao Brasil através de imigrantes no tempo da colonização.
Um ilustre utilizador do apelido foi D. João Domingues, Mestre Templário em 1208.
Sobre os 'Garcia'
Garcia é um também sobrenome de família ibérico (espanhola) e de origem patronímica. Teria origem no prenome pré-romano Garcia, atualmente em desuso. Sua origem é obscura e controversa, com duas hipóteses da língua basca: hartze-a ("o urso") ou gartzea ("o jovem"), equivalente ao atual adjetivo basco gazte(a).
Na Espanha é, com larga vantagem, o sobrenome mais comum, como mais de 5% da população do país que o portam como primeiro ou segundo apelido.